Tempos de mudança
Não se assustem que não defendo o senhor da fotografia e contínuo a achar que o seu código de trabalho deveria ser revogado, tal como o partido socialista defendia na campanha eleitoral, mas quando se apanhou com a maioria absoluta logo esqueceu, o que Bagão Félix diz nesta entrevista deverá envergonhar muitos socialistas.
(DN) Mudemos de assunto. Portugal tem condições para aplicar a flexigurança?
(Bagão Félix) Não, nem pensar nisso! Isso é uma moda, um jargão, na Europa há muito a mania de tagarelar neologismos. E sobretudo não é um pronto-a-vestir. Uma coisa é aplicar isso na Suécia, outra em Portugal.
(DN) Já temos (flexibilidade) que chegue?
(Bagão Félix) Se os despedimentos não fossem flexíveis não tínhamos quase 500 mil desempregados! Quando os patrões falam em liberalizar mais os despedimentos... bem, despedimento sem justa causa parece-me um arbítrio inaceitável.
(Bagão Félix) Outra das ideias expostas com que eu não concordo é a diminuição do subsídio de férias, que passaria a ser calculado apenas sobre o salário--base. Quanto à diminuição da retribuição das horas extraordinárias, parece mais uma prenda aos patrões do que algo fundamental para a produtividade ou o emprego. E confrange-me o princípio, que me parece pouco salutar e pouco ético, de pôr as pessoas a trabalhar por longos períodos de tempo com intervalos de meia hora. Acho que é de mais. O trabalho tem um valor ético e tem limites éticos. Mas já agora vou ficar com alguma curiosidade em saber como é que o Governo vai rever o Código do Trabalho. Na altura da minha revisão, o PS votou contra e o actual ministro, que era deputado, disse: "Um dia que sejamos Governo vamos repor tudo aquilo que o senhor tirou aos trabalhadores."
Quando vemos alguém como Bagão Félix desde sempre ligado à direita e responsável por um código do trabalho que penalizou e muito os trabalhadores portugueses falar desta forma de um governo socialista é porque de facto vivemos tempos de mudança.
(DN) Mudemos de assunto. Portugal tem condições para aplicar a flexigurança?
(Bagão Félix) Não, nem pensar nisso! Isso é uma moda, um jargão, na Europa há muito a mania de tagarelar neologismos. E sobretudo não é um pronto-a-vestir. Uma coisa é aplicar isso na Suécia, outra em Portugal.
(DN) Já temos (flexibilidade) que chegue?
(Bagão Félix) Se os despedimentos não fossem flexíveis não tínhamos quase 500 mil desempregados! Quando os patrões falam em liberalizar mais os despedimentos... bem, despedimento sem justa causa parece-me um arbítrio inaceitável.
(Bagão Félix) Outra das ideias expostas com que eu não concordo é a diminuição do subsídio de férias, que passaria a ser calculado apenas sobre o salário--base. Quanto à diminuição da retribuição das horas extraordinárias, parece mais uma prenda aos patrões do que algo fundamental para a produtividade ou o emprego. E confrange-me o princípio, que me parece pouco salutar e pouco ético, de pôr as pessoas a trabalhar por longos períodos de tempo com intervalos de meia hora. Acho que é de mais. O trabalho tem um valor ético e tem limites éticos. Mas já agora vou ficar com alguma curiosidade em saber como é que o Governo vai rever o Código do Trabalho. Na altura da minha revisão, o PS votou contra e o actual ministro, que era deputado, disse: "Um dia que sejamos Governo vamos repor tudo aquilo que o senhor tirou aos trabalhadores."
Quando vemos alguém como Bagão Félix desde sempre ligado à direita e responsável por um código do trabalho que penalizou e muito os trabalhadores portugueses falar desta forma de um governo socialista é porque de facto vivemos tempos de mudança.
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