sexta-feira, outubro 03, 2008

Aprovada por unanimidade na Aldeia de Paio Pires


MOÇÃO

Siderurgia Nacional, Passado, Presente e Futuro



A indústria siderúrgica em Portugal deveria ter sido encarada como uma opção estratégica para os interesses nacionais, mas essa não foi a decisão dos sucessivos governos do PS/PSD e desencadearam um processo de destruição da Siderurgia Nacional, empresa que chegou a empregar sensivelmente 6500 trabalhadores entre as instalações de Aldeia de Paio Pires e da Maia, a excessiva dependência de produtos siderúrgicos de Portugal deveria ter levado os governos de PS/PSD a tomar outra política, porque sem uma indústria forte é muito difícil conseguir o desenvolvimento do país, mas essa como sabemos não foi a prioridade de quem tem governado o nosso país e assim também se comprometeram as hipóteses de garantir, no futuro, o nível de emprego e a estabilidade social de milhares de trabalhadores e suas famílias.

Se já foi má a decisão de liquidação da Siderurgia Nacional, o seu processo de privatização não foi melhor a habitual complacência de diversos organismos, muito provavelmente alguém teria que ter respondido pelo autêntico crime perpetrado contra os interesses nacionais e contra os milhares de trabalhadores da Siderurgia Nacional que viriam a ser despedidos.

Tomemos como exemplo uma das três empresas que resultaram do desmembramento da antiga Siderurgia Nacional a SN-Longos, actualmente denominada SN-Seixal, esta empresa foi vendida a um consórcio constituído pela Metalúrgica Galaica, SA e uma empresa do Grupo Riva, por 4 milhões de contos, quando em stock existiam cerca de 5 milhões de contos, existiam 9 milhões de contos de créditos de clientes, as dívidas aos fornecedores ficaram para o estado português, ficaram ainda proprietárias de todas as instalações e equipamentos das fábricas da Maia e de Aldeia de Paio Pires, das respectivas linhas de produção, correspondendo tudo a uma área de 83 hectares. Não é assim de estranhar que passado pouco tempo a empresa do Grupo Riva tivesse vendido a sua parte por 20 milhões de contos aos seus parceiros espanhóis, desta forma leviana se destrói a indústria nacional.

Com a privatização consumada ficou o estado português com a responsabilidade de resolver o passivo ambiental deixado pelos anos de laboração da Siderurgia Nacional e comprometeu-se a apoiar a reintegração dos antigos trabalhadores no mercado de trabalho, uma vez mais os governos PS/PSD esqueceram os compromissos assumidos, nem resolução do passivo ambiental e nem uma palavra aos antigos trabalhadores.

Após mais de uma década de inércia por parte dos sucessivos governos PS/PSD a Câmara Municipal do Seixal, juntamente com a SN serviços, apresentaram um projecto para os terrenos da antiga Siderurgia Nacional, com vista a qualificar os mesmos, devolvendo o território à população, resolvendo o problema dos solos contaminados, apostando na criação de emprego qualificado e novas acessibilidades, integrado num plano regional mais amplo e que visa a requalificação de outras antigas áreas industriais a Margueira em Almada e Quimiparque no Barreiro.

Este processo contou com a oposição de alguns que nada fizeram para resolver o problema deixado na Aldeia de Paio Pires e que não contentes com o seu imobilismo, ainda
tentaram criar entraves ao projecto apresentado, como foi o caso do antigo deputado da nação e membro de vários governos ao Sr. Vitor Ramalho, ainda hoje deputado na Assembleia Municipal do Seixal e líder distrital do PS, que inventou factos completamente distorcidos da realidade, como o tempo se encarregou de demonstrar.

É com satisfação que a Assembleia de Freguesia da Aldeia de Paio Pires viu a Resolução do Conselho de Ministros que lança o Projecto do Arco Ribeirinho Sul, visando a requalificação urbanística de importantes áreas da margem sul do estuário do Tejo e contribuindo para a valorização e competitividade da Área Metropolitana de Lisboa, vindo finalmente ao encontro do que defendem as autarquias do Seixal, Almada, Barreiro e as suas populações.



Assim a Assembleia de Freguesia de Aldeia de Paio Pires reunida em Sessão Ordinária de 25 de Setembro de 2008, delibera:



Congratular-se com a capacidade de planeamento e iniciativa das autarquias de Almada, Barreiro e Seixal, conforme reconheceu recentemente o Conselho de Ministros ao aprovar um Diploma que lança o Projecto do Arco Ribeirinho Sul, visando a requalificação urbanística de importantes áreas da margem sul do estuário do Tejo, indo ao encontro do que foi projectado pelos municípios da Região e em estreita colaboração com os mesmos.

Exigir que de uma vez por todas se resolva o problema do passivo ambiental nos terrenos da antiga Siderurgia Nacional, na Aldeia de Paio Pires
.


Aldeia de Paio Pires, 25 de Setembro de 2008


No site da Junta de Freguesia da Aldeia de Paio Pires, encontrei esta moção que foi aprovado por unanimidade, PCP, PS, PSD e BE concordaram em absoluto com a moção, visto que todos aprovaram este documento deveria ser divulgado junto da população, pois todos concordaram com o que está escrito na moção.

2 Comments:

Blogger Daniel Geraldes said...

Eu acho que o principal problema da siderurgia nacional foi o 25 de Abril, é obvio quando se rouba uma industria ao seu dono, quem fica com o activo não tem capacidade nem visão para colocar a maquina a funcionar, e a siderurgia nacional é disso um exemplo, e é obvio que os espanhois muito mais capacitados que nós em termos monetarios e de visão só pegavam na siderurgia se esta fosse bom negócio, e pior ainda a CM Seixal não ter conseguido arranjar parcerios portugueses para ficarem com o projecto, ou seja, na melhor das hipoteses somos todos culpados, e é na melhor das hipoteses.

Mas pelo que li na moção, eu Daniel Geraldes tinha ficado pela abstenção ou votado contra, mas isso sou eu.

7:28 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

numerobis.blogspot.com

9:43 da tarde  

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