Setembro de 1973 no Chile, hoje em "Portugal" (Bolívia)
Ontem foi dia 11 de Setembro, data histórica que os media ao serviço do capital teimam em destacar somente a morte de civis em Nova York, mas do 11 de Setembro do Chile e dos milhares de mortos, torturados e desaparecidos do regime chileno nem uma palavra e com essa infeliz coincidência de nesta altura estarmos a assistir uma vez mais à ingerência do governo dos Estados Unidos em países da América Latina, como são os casos da Bolívia, Venezuela ou Paraguai.
Desta vez falemos sobre a Bolívia e para tornar as coisas mais simples, imaginemos somente uma mudança geográfica que em vez de ser na Bolívia seria em Portugal:
Em Portugal (Bolívia) existem muitos recursos naturais mas estão somente concentrados em algumas regiões que são as mais ricas, o resto do país é extremamente pobre, por exemplo Gondomar (Cochabamba), Felgueiras (Tarija) e Porto (Santa Cruz) seriam as zonas muito ricas em recursos naturais e o restante do nosso país extremamente pobre.
Entretanto Portugal (Bolívia) foi a eleições e elegeu um governo progressista e que iria cumprir o seu programa eleitoral e uma dessas promessas era precisamente uma mais justa redistribuição dos rendimentos provenientes da exploração dos recursos naturais de Gondomar (Cochabamba), Felgueiras (Tarija) e Porto (Santa Cruz) por todas as regiões do nosso país, isto já depois de o governo ter cumprido outro compromisso eleitoral, fez com que as grandes empresas multinacionais passassem a pagar mais pelos recursos naturais existentes no nosso país, ou melhor, não passaram a pagar mais pelos recursos naturais, passaram a lucrar menos. Esta situação como seria de esperar não agradou à minoria que explora há décadas a riqueza de Portugal (Bolívia) e então começaram a organizar manifestações contra o governo e ameaçando exigir a independência das regiões ricas em recursos naturais, devidamente apoiados pelo governo amigo dos Estados Unidos e com uma extrema violência, para todos os que se opõem às suas pretensões, tentando forçar ao máximo um clima de guerra civil, de modo a conseguir os seus intentos.
O chefe do governo (Evo Morales) para evitar a violência para o seu povo, principalmente para os mais desfavorecidos que são sempre os mais prejudicados em climas de violência e guerra civil, convocou um referendo e afirmou que caso nesse referendo tivesse uma votação inferior à que havia obtido para a condução dos destinos de Portugal (Bolívia) se demitia de imediato, sendo assim Portugal (Bolívia) foi a referendo, a votação no país não deixou margem para dúvidas, o referendo deu uma votação bem superior aquela que havia sido obtida há somente dois anos atrás, vencendo em mais de 90% das províncias existentes no país, obtendo cerca de 70% dos votos a nível nacional, uma vitoria inequívoca demonstrando claramente a vontade do povo português (boliviano), mesmo em algumas das regiões ricas em recursos naturais o chefe de governo viu legitimada a sua politica, mas nem assim os senhores que se governam nas regiões mais ricas de Portugal (Bolívia) conseguiram reconhecer a vontade da esmagadora maioria do povo boliviano e sendo assim os racistas, fascistas e golpistas que dominam as regiões ricas de Portugal (Bolívia) tentam agora boicotar a economia do país, instigar a violência, que já resultou na morte de quase uma dezena de civis e em ferimentos em largas dezenas de outros, deixando o país à beira de uma guerra civil.
Tal como no Chile há algumas dezenas de anos atrás novamente o governo americano está por detrás deste terrorismo provocado pelos oligarcas de meia dúzia de regiões, de modo a tirarem do poder, um governo que mexeu com os interesses dos poderosos em favor dos mais desfavorecidos, como é óbvio isto não é dito pela imprensa e a julgar pelo que vejo na comunicação social até parece que é o governo boliviano que tem provocado a violência, a história essa é bem diferente e pelos acontecimentos mais recentes parece alastrar rapidamente para mais alguns países da região, pois como ontem aqui dizíamos de uma forma breve, a riqueza mundial (90%), tem que se manter na mão de uma ínfima minoria (20%) e quando alguém ousa contrariar a ordem ditada pelos senhores do capital, as consequências são as do costume, a barbárie, a repressão e a violência brutal contra os mais desfavorecidos, esta é a realidade que nos tentam esconder.
2 Comments:
Eu se fosse dono de uma casa e aparece-se aqui um dirigente comunista a dizer que a casa era dele e que era para ser distribuida pelos outros, provavelmente tambem me revoltava, mas isso sou eu.
E sinceramente, nunca vi nenhuma gestão comunista redistribuir equitativamente a riqueza,normalmente o que a gestão comunista faz é criar oligarquias que gerem a riqueza que eles insistem em dizer que é de todos,e sinceramente quando se dá o exemplo da America Latina para exarcebar o comunismo, digo mil vezes que prefiro Portugal desorganizado e com os problemas que obviamente temos, do que a America Latina na sua percepção da justa distribuição de riqueza e com os seus lideres.
É precisamente isso que está a suceder na Bolívia, Evo Morales que desconhecia até hoje que seja comunista, está a retirar as casas de cada um, está a comer criancinhas ao pequeno-almoço e a matar velhinhos com uma injecção atrás da orelha antes do jantar.
Precisamente a América Latina e neste caso a Bolívia são bem o exemplo que nações com riquezas naturais consideráveis e que ao longo de décadas têm sido exploradas por oligarcas em nome do liberalismo e do capitalismo, deixando a grande maioria da população numa extrema miséria e quando alguém ousa tentar uma maior justiça social, a resposta é a violência por lá, por cá é mais a desinformação como parece ser o seu caso.
aldeia pp
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