terça-feira, setembro 09, 2008

Do Seixal para Pequim e a ruptura com as politicas de direita.

Também gostaria de vos deixar a minha opinião sobre os Jogos Olímpicos e a presença muito honrosa por parte da grande maioria dos atletas portugueses, alguns deles conseguindo autênticos milagres pois estamos na presença de autênticos atletas amadores que têm os seus trabalhos durante o dia e fazendo a sua preparação olímpica somente após o horário laboral, mas não é somente este o facto que nos impossibilita de ter melhores resultados desportivos nos Jogos Olímpicos, a principal causa para o nosso fraco desempenho tendo em conta as nossas potencialidades prendem-se essencialmente, com a inexistência de uma politica desportiva para o nosso país, pois os sucessivos governos de PS/PSD têm encarado a pratica desportiva como uma despesa e não como um investimento, só dando atenção a algumas modalidades quando estas lhes proporcionam algumas fotografias e aparição em telejornais, enquanto mantivermos esta triste mentalidade e o crónico desinvestimento, o desporto em Portugal dificilmente deixará de ser anedótico, felizmente ainda há algumas excepções e algumas autarquias são bem o exemplo do que deveria ser a promoção do desporto para todos, pois a massificação do desporto, terá certamente como consequência natural a aparição de novos valores nas mais diversas modalidades, o município do Seixal é um bom exemplo, de uma boa politica desportiva, os ganhos para o país com uma boa politica desportiva seriam bem superiores à conquista de uma dezena de medalhas de ouro.

Achei completamente ridículo o trabalho a que se prestou o governo português e o COP tendo assinado um acordo em que contratualizava a prestação dos nossos atletas, x Milhões por X medalhas, é a prova mais do que evidente da incapacidade do governo perante o problema do desporto em Portugal, infelizmente não mais ouviremos falar da grande maioria dos atletas que nos representaram em Pequim e muito menos das suas modalidades, pois certamente que nos próximos anos cairão no esquecimento, mas eles e elas lá continuarão a praticar nos “pavilhões inexistentes”, nas pistas nunca construídas, sem os equipamentos necessários, com treinadores impossibilitados de os acompanharem, nem falo no desprezo a que são votados os seus clubes e os seus dirigentes (daria um imenso post) e na falta de tempo que os atletas deveriam dar à sua modalidade, mas podem ter a certeza de quando um destes heróis se notabilizar entre a “elite” mundial, logo aparecerá um secretario de estado, um ministro ou mesmo o presidente sedentos de protagonismo, prometendo mundos e fundos que se desvanecem assim que os holofotes se desligam.

“Provavelmente dirão vocês e isto não acontece em todo o lado em Portugal, seja na cultura, na economia, na educação ou na saúde?"

Para mim a resposta é clara, é por isso mesmo que é necessário, uma ruptura com as politicas de direita seguidas pelos sucessivos governos do PS/PSD.