terça-feira, julho 24, 2007

Pela Reabertura dos Serviços de Atendimento Permanente

Este é um artigo de opinião escrito por Joaquim Judas no Setúbal na Rede, o que está a negrito é da nossa responsabilidade.

O Partido Socialista fechou os SAP´s do Seixal e de Corroios. No dia 17 de Julho colou ou papel na porta do Centro de Saúde do Seixal informando que o SAP fecharia no dia seguinte, mas de facto o Serviço fechou nesse mesmo dia.

Com a Directora do Centro de Saúde em gozo de férias ninguém ficou para dar explicações aos autarcas e às populações. No dia 19, os muitos populares concentraram-se frente aos Centros de Saúde do Seixal e de Corroios e iniciou-se uma recolha de assinaturas de protesto promovida pelas Comissões de Utentes.

O Presidente da Câmara, Alfredo Monteiro, ao lado de outros representantes do Poder Local eleitos pela CDU, pelo PSD e pelo BE juntara ao protesto. No dia 21, ao intervir em representação do Presidente da Câmara na abertura das festas populares de Fernão Ferro, o Vice Presidente da Câmara, Joaquim Santos manifesta a sua indignação não só pelo encerramento dos SAP´s como pela informação chegada no final do dia 20 aos autarcas de que as grávidas das freguesias do Seixal, de Fernão Ferro e de Quinta do Conde (esta do Concelho de Sesimbra) se deveriam passar a dirigir ao Hospital do Barreiro dada a falta de capacidade de resposta do Hospital Garcia d’Orta. A justificação foi sempre a mesma: falta de médicos.

Não se sabe quem deu as ordens para encerrar os SAP´s. Corre que teria sido o Coordenador da Sub Região de Saúde, figura em vias de extinção e por isso tido como inimputável. A Directora da chamada Unidade de Gestão dos Centros de Saúde dissera, a 10 de Abril, a uma Comissão da Assembleia Municipal, que só após a colocação de 10 médicos no concelho e de se encontrar solução para as cerca de 120 mil consultas feitas nos SAP´s se colocaria a questão da reconfiguração do atendimento.

Nada disso aconteceu e (nas suas costas (?)) o Partido Socialista actuou. Digo bem, o Partido Socialista, porque é ele que governa e porque é ele que sistematicamente falta à palavra e desacredita a prática política e a democracia. Uma decisão contra a vontade previamente manifestada pela Câmara e pelas Comissões de Utentes. Pelos vistos uma decisão sem rosto com tudo o que daí se possa interpretar.

O Seixal não é em termos de saúde um município qualquer. Apesar da política de terra queimada/deserto com que tem sido brindado por este e outros governos, graças ao seu poder local e à iniciativa e capacidade de realização da sua população tem um trabalho exemplar, reconhecido no país e no estrangeiro.

Defendendo firmemente os interesses da população, as sucessivas maiorias da CDU que têm presidido aos destinos do concelho e das suas freguesias têm manifestado total abertura e espírito de colaboração entre si e com os diversos governos na busca de soluções para os problemas.

Integrando a Rede Europeia das Cidades Saudáveis da OMS (Organização Mundial de Saúde) o concelho do Seixal é uma referência na Europa. Pese embora a autêntica conspiração contra os serviços públicos de saúde no concelho, as soluções encontradas com o eleitos no poder locar tem permitido os mais altos níveis de desenvolvimento social e as mais baixas taxas de mortalidade.

Apesar da crise económica e social fruto das políticas neo-liberais dominante a nível do poder central, o concelho do Seixal cresce em todos os aspectos, incluindo em termos de natalidade, acima da média nacional. É por isso que o encerramento dos SAP´s e a situação criada no Serviço de Obstetrícia do HGO (Hospital Garcia de Orta) pelo Partido Socialista são a prova da falsidade das suas preocupações com a baixa da natalidade, com a diminuição da esperança de vida ou com as ondas de calor.

Sair à rua para defender o Serviço Nacional de Saúde, a reabertura dos SAP´s, o reforço dos Centros de Saúde com mais médicos e a construção de um verdadeiro hospital, é um assunto de vida ou de morte no Seixal. Para que nenhuma grávida fique sem cama e nenhum doente sem tratamento.