Uma "pequena" crónica do Fórum Seixal - Aldeia de Paio Pires

Ontem realizou-se na Aldeia de Paio Pires a primeira iniciativa do 3º ciclo do Fórum Seixal, na parte da manhã o executivo da CM Seixal e da JF da Aldeia de Paio Pires percorreram parte da freguesia conversaram com a população e certamente que ouviram as mais diversas propostas, queixas e anseios dos paiopirenses, ao mesmo tempo se distribuiu a informação da iniciativa que iria decorrer na sede do Paio Pires Futebol Clube pelas 21:30.

Pelas 21:00 o movimento que se fazia sentir junto da sede do PPFC era superior ao habitual e foi com muito agrado que verificámos que quando se iniciou o Fórum a sala estava completamente cheia, muitos foram os que ficaram em pé.

Depois do agradecimento à direcção do PPFC, passou-se à apresentação do projecto previsto para a área dos antigos terrenos da Siderurgia Nacional, na mesa estavam o Presidente da JF da Aldeia de Paio Pires, o Presidente da CM do Seixal, o Presidente da Sneges e a equipa técnica do plano.

Como já tinha a minha ideia acerca do assunto, já o referi aqui, aqui e aqui, se tiverem alguma paciência encontrarão outras referencias sobre o assunto ao longo deste blog porque o considero de vital importância para o futuro da freguesia por isso volta na volta lá falamos no assunto, mas voltando ao Fórum uma vez mais reforcei a ideia que este plano, devidamente enquadrado com o da Quimiparque do Barreiro e se possível com o da Margueira em Almada poderá potenciar um grande desenvolvimento para a margem sul, mas e nisto existe sempre um mas é importante que se continue a discutir estes projectos que são de vital importância para todos nós sem que isso signifique o arrastar no tempo bem pelo contrario porque tudo isto é muito bonito mas se o governo português achar que não é importante resolver uma pesada herança que foi deixada pelos antigos governantes do PS e do PSD, nada feito, porque como todos nós sabemos estamos longe de ser um país com grandes recursos embora os poucos que temos sejam muitas vezes desaproveitados e para que este projecto seja viável está dependente de fundos comunitários, pela importância que tem, claramente de âmbito regional, embora nos toque muito directamente a nós paiopirenses, não acredito que o governo não reconheça a importância do projecto.

Os representantes locais ou nacionais do PS e do PSD nunca mostraram vontade em solucionar este problema, problema que eles sempre tiveram responsabilidade de o resolver visto que têm sido eles que nos têm (des)governado nos últimos 31 anos e que grande parte dos terrenos, penso que mais de 80% são do estado, terem feitos investimentos avultadíssimos para uma possível expansão que nunca sucedeu, pelo contrário o que fizeram foi desmantelar uma empresa de grande envergadura num processo sem pés nem cabeça e que proporcionou mais valias sem que essas mais valias tenham sido devidamente investidas, principalmente a resolução do passivo ambiental, o acompanhamento dos milhares de operários que foram deixados ao abandono e na reconversão da área existente.

Agora no PS local existem opiniões para todos os gostos uns dizem que sim, outros não dizem nada e existem alguns que dizem que não concordam, um deles Vítor Ramalho que não merece a atenção que lhe dou, pois ele como voz discordante teve ontem uma boa oportunidade para dizer das suas razões, mas como é obvio não compareceu, o PSD que no tempo do antigo Primeiro-ministro, agora Presidente Cavaco Silva, se ainda não sabem quem é, eu explico melhor, aquele que na campanha eleitoral foi a Grândola e cantou a Grândola Vila Morena de cravo na mão e agora como Presidente todos temos visto a sua postura e qualquer dia acaba com as comemorações do 25 de Abril que a ele não lhe agradam muito, refiro este assunto porque é de hipocrisia que estamos a falar a mesma que usa o PSD pelas nossas bandas, foram eles que finalizaram o que o Mário Soares iniciou, a privatização da SN, foram eles que realizaram as mais valias e lixaram-se para os trabalhadores, para as populações, para o passivo ambiental e para o aparelho produtivo existente na zona, mas que neste momento surgem agora a tratar esses antigos trabalhadores e a população como uns otários que não têm capacidade para pensar, como se os antigos trabalhadores e os paiopirenses na sua grande maioria não soubessem quem foram os responsáveis por tal situação, mas a verdade é que sabemos e gostávamos também de os ter escutado.

Passemos ás intervenções da população, como seria de esperar as primeiras vieram de trabalhadores que foram colocados na rua com promessas de futura reintegração, mas que na verdade viram os anos passar e eles continuam na mesma situação, homens extremamente qualificados com grande experiência de trabalho e completamente ignorados por aqueles que realizaram mais valias à custa dos seus postos de trabalho e que não mais se lembraram deles.

O que estes trabalhadores pretendiam é que enquadrado neste novo projecto pudesse surgir uma oportunidade para homens que ainda podem dar muito ao país, pois foram eles na SN, como os seus camaradas da Margueira, da Quimiparque e as populações de Seixal, Barreiro e Almada que andaram durante muitos anos a contribuir para a produtividade deste país e é justo que quem governa o país não se esqueça nem dos operários, nem das populações.

Outras intervenções se ouviram como os problemas de poluição ambiental das empresas existentes, principalmente da SN Longos, a manutenção do Pavilhão da SN, pretensão que tanto o Presidente da SNEGES e da CM do Seixal afirmaram que estaria salvaguardada, a entrada em funcionamento da Escola Bento Jesus Caraça, numa zona em que se pretende expandir a produção industrial é fundamental uma escola de formação para que se consiga ter mão-de-obra qualificada, as acessibilidades dentro deste projecto juntamente com a resolução do problema ambiental e a perspectiva de novos empregos, é um dos maiores aliciantes porque a ligação ao Barreiro através de uma ponte sobre o rio Coina, a ligação ao IC 32, a circular regional ligando Almada, Seixal, Barreiro e Moita, numa terceira fase a ligação do MST ao Barreiro também pela ponte sobre o rio Coina, são oportunidades que não podemos desperdiçar, dirão e a construção que irá surgir junto ao Breyner, se existe sitio em que a construção não me causa qualquer tipo de problemas é nessa zona onde não existe nada, quem conhece a zona sabe que a actividade industrial aí foi praticamente inexistente. Muitas mais coisas foram ditas e pelo que me apercebi a vontade da população da Aldeia de Paio Pires é que se dê uma resposta aos problemas existentes, este projecto apresenta-se como uma solução que ainda será alvo de varias discussões espero eu, para que se possa corrigir aquilo que deve ser corrigido e melhorar aquilo que pode ser melhorado.

Acho que me alonguei demais e mesmo assim ficou algo por dizer, mas como o mais certo é voltar ao assunto, fica para outra oportunidade, só me resta dizer que democracia é mais do que votar de quatro em quatro anos e tudo o que contribua para uma maior participação do povo é sempre bom, por isso mais situações deste género que incentivem e propiciem o contacto entre as massas e os seus representes nos diversos órgãos para os quais são eleitos devem ser realizadas, porque não temos que ter receio de encarar o povo olhos nos olhos, porque é mais fácil decidir e decidir bem quando se conversa e escuta o povo.