assassinada a 19 de Maio de 1954
Gravura de José Dias Coelho,
assassinado a 19 de Dezembro de 1961
A 19 de Maio de 1954.
Os operários agrícolas de Baleizão estão em greve, reivindicando melhores jornas para matar a fome.
A unidade é total: ninguém trabalha na terra baleizoeira.
Um agrário contrata um rancho em Penedo Gordo tentando, assim, «furar» a greve.
Mal chega a Baleizão a notícia de que o rancho começou a trabalhar, todos se dirigem em massa para a seara.
O entendimento foi fácil e os de Penedo Gordo, esclarecidos sobre a situação, largam o trabalho.
O agrário chama a GNR que, com a ameaça das armas, obriga o rancho a retomar o trabalho.
Os baleizoeiros voltam à seara para falar de novo aos seus companheiros de trabalho.
A GNR impede-os.
Mesmo assim, conseguem impor que uma delegação de mulheres vá falar com o rancho.
Catarina integra essa delegação.
Um tenente da GNR - Carrajola - interpela a jovem camponesa apontando-lhe uma pistola-metralhadora.
E dispara.
Catarina tinha 29 anos e era militante comunista.
O seu assassinato exemplifica a violência e a brutalidade do fascismo.
A sua vida é um exemplo do papel desempenhado pelos comunistas na luta contra o fascismo, pela justiça social, pela liberdade e pela democracia.
Este texto foi retirado daqui e também neste blog prestamos a homenagem à heróica Catarina Eufémia, bem como também aproveitamos para homenagear o heróico José Dias Coelho, abaixo duas letras de Canções do Zeca que os imortalizam.
Cantar Alentejano
José Afonso
Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p´ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p´ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar
Titulo da Música: A Morte Saiu à Rua
Artista: José Afonso
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação
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