quinta-feira, janeiro 03, 2008

Questões interessantes


O concurso para a construção do gigantesco Hospital de Todos os Santos, em Lisboa, será lançado no primeiro trimestre de 2008 e o seu orçamento monta a 200 milhões de euros, anunciou dia 26 de Dezembro o ministro da Saúde. O novo hospital destina-se a substituir outros cinco já existentes na cidade e em pleno funcionamento: S. José, Capuchos, Desterro, Santa Marta e Estefânia. A municipalidade de Lisboa cedeu um terreno na Bela Vista para o novo super-hospital, destinado aos habitantes do próprio município e aos de Loures. Diante desta notícia, cabe perguntar:
· 1) Num país com dificuldades económicas, será correcto arrasar a lâmina de bulldozers vultosos investimentos já feitos como estes cinco hospitais?
· 2) Terá a valorização dos terrenos destes cinco hospitais alguma coisa a ver com isso?
· 3) Será que o ministro da Saúde se inspirou na sua antecessora Leonor Beleza, a qual pretendeu arrasar o Hospital Júlio de Matos a fim de usar o terreno para a especulação imobiliária?
· 4) Precisará o governo pagar favores a empreiteiros ao criar ex nihilo esta obra de 200 milhões de euros?
· 5) Será correcto em termos de política da saúde criar hospitais gigantes quando muitos técnicos defendem a descentralização?
· 6) Se municípios muito populosos como Loures e Odivelas até hoje não dispõem de um único hospital, porque construir mais um em Lisboa? Não será isso intensificar os (indesejáveis) movimentos pendulares nos transportes?
· 7) Sabe o ministro da Saúde que o município de Loures, há vários anos atrás, ofereceu um terreno para o Ministério ali construir um hospital?
· 8) Considerando que o ministro da Saúde também cobiça o terreno do Instituto Português de Oncologia (IPO) e que pretende igualmente mudá-lo para a Bela Vista, convém indagar: Por que agravar o congestionamento na Zona Oriental de Lisboa com este super-hospital e mais o IPO?
· 9) A engenharia financeira do ministro Correia de Campos tem alguma coisa a ver com a Saúde?
· 10) Por que a pressa deste ministro ao anunciar o concurso da empreitada do super-hospital já para o primeiro trimestre de 2008 quando os projectos de engenharia nem sequer estão concluídos?
· 11) Se o ministro Correia de Campos continua a encerrar serviços de saúde por todo o país por razões orçamentais, como se explica que disponha de verbas da ordem dos 200 milhões de euros para a empreitada deste novo hospital?
· 12) Não será tudo isto um indício de que o capitalismo entrou numa fase auto-fágica em que, com a colaboração aquiescente de governos, tem de destruir o que já existe a fim de ter lucros?

Este texto foi retirado daqui

1 Comments:

Blogger GR said...

Na questão 12 deste a resposta!
Nunca pensei que eles fossem "tocar" nos doentes, nos cancerosos. Nem Salazar conseguia fazer isso! Mas estes fulanos não têm moral! (o outro também não a tinha, mas…)
Já começaram a morrer nos Hospitais por falta de assistência, ou falta de tempo para chegar até ela.
Na minha terrinha havia um bom Hospital (1º a ser construído foi há 100 anos). O actual tem 45. Contudo, há mais de 12 anos estão em obras, tudo novo, equipamento do melhor. Onde eram as Urgências está o SAP (fechado durante a noite), retiraram todos os doentes. Eram vistos perto de 40 000 doentes.
Agora estamos a 15 km, são vistos mais de 360 000 doentes ao ano. Para suturar um simples ponto, esperamos de 5 a 7 horas!
Estamos no fascismo ultra capitalista.
Qualquer imobiliária pagará uma fortuna, onde estão os Hospitais que um dia ficarão desactivados!
Uma vergolha!

GR

11:45 da tarde  

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