Abaixo deixo-vos parte de um artigo de opinião que vem no Diário Económico é de António Monteiro Fernandes, Professor do ISCTE e que poderá ser endereçado a Vital Moreira e outros pseudo defensores da modernidade .
“É fácil discorrer sobre “este mundo globalizado em que vivemos” e apontar a necessidade de constantes ajustamentos das empresas através de “flexibilidades” várias. A “competitividade” afirmou-se como o grande princípio vital e o critério decisivo para o certo e o errado. Tudo isto vem, sobretudo, de pessoas que têm situações garantidas, contas espalhadas e “paraquedas dourados” para o caso de algo correr menos bem. Patriotas, em suma.
O que nenhum deles explica é como se faz funcionar a flexibilidade de horários quando o trabalhador tem mulher também a trabalhar, tem filhos, mora longe e ganha pouco – o que é a regra entre nós. O que nenhum dos profetas da dinâmica competitiva esclarece é como se faz mobilidade geográfica sem mercado de arrendamento nem disseminação de infraestruturas sociais. Era bom que os apologistas do despedimento fácil oferecessem respostas para a violência que é a perda de emprego sem justificação, ou para o destino a dar aos despedidos em fase descendente da aptidão profissional, numa economia sem dinamismo como a nossa.
Mas aí, as palavras e as fórmulas percutantes claudicam.”
“É fácil discorrer sobre “este mundo globalizado em que vivemos” e apontar a necessidade de constantes ajustamentos das empresas através de “flexibilidades” várias. A “competitividade” afirmou-se como o grande princípio vital e o critério decisivo para o certo e o errado. Tudo isto vem, sobretudo, de pessoas que têm situações garantidas, contas espalhadas e “paraquedas dourados” para o caso de algo correr menos bem. Patriotas, em suma.
O que nenhum deles explica é como se faz funcionar a flexibilidade de horários quando o trabalhador tem mulher também a trabalhar, tem filhos, mora longe e ganha pouco – o que é a regra entre nós. O que nenhum dos profetas da dinâmica competitiva esclarece é como se faz mobilidade geográfica sem mercado de arrendamento nem disseminação de infraestruturas sociais. Era bom que os apologistas do despedimento fácil oferecessem respostas para a violência que é a perda de emprego sem justificação, ou para o destino a dar aos despedidos em fase descendente da aptidão profissional, numa economia sem dinamismo como a nossa.
Mas aí, as palavras e as fórmulas percutantes claudicam.”
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